terça-feira, julho 21, 2009

terça-feira, julho 14, 2009

A troca de galhardetes*


Demo, um Musical Praga.
de 17 de Julho a 2 de Agosto 
quinta a sábado às 21h
domingo às 17h30
no Teatro Municipal São Luiz


* ou a nossa caravela vai andar naquele palco primeiro do que nós.
Desculpa Balacó por esta apropriação do asterisco.

segunda-feira, julho 13, 2009

OS JOVENS RUSSOS ...

ÁSTROV - Eu gosto da vida, de uma maneira geral, só não gosto desta vida provinciana, russa, desta rotina pequeno-burguesa, detesto-a com toda a minha alma. No que diz respeito à minha vida pessoal, não é nada boa, juro. Sabe, quando andamos no meio da floresta numa noite escura e vemos ao longe uma luzinha nem nos damos conta do cansaço, nem da escuridão, nem dos ramos espinhosos que nos batem na cara... No nosso distrito, eu trabalho como ninguém (a menina sabe), o destino não pára de me assestar golpe em cima de golpe, às vezes sofro insuportavelmente, mas não tenho a tal luzinha ao longe. Já não espero nada para mim, não gosto das pessoas... Há muito que não gosto de ninguém. (...)
Os mujiques são todos iguais, subdesenvolvidos, vivem na porcaria; quanto aos intelectuais, é difícil conviver com eles. São cansativos. Toda essa gente com quem privamos tem ideias mesquinhas, sentimentos mesquinhos e não vê para além da ponta do seu nariz. É pura e simplesmente uma gente estúpida. E depois os outros, quando são mais inteligentes e substanciais, são logo uns histéricos, estão corroídos pela análise, pela introspecção... Olham para uma pessoa de lado, aproximam-se dela de través, lamuriam-se, têm ódios, são doentios a caluniar, e concluem: "Oh, é um psicopata!", ou: "É um fraseador!" Mas quando não arranjam uma etiqueta para colarem à minha testa, dizem: "É um homem estranho, um esquisito!" Gosto da floresta - é esquisito; não como carne - isso também é estranho. Já não existe uma atitude espontânea, pura, para com a natureza e as pessoas... Não há! (Faz tenção de beber.)*

*excerto de Tio Vânia, de Anton Tchékhov, tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra

o Há-Que-Dizê-Lo na História e nas estórias do Teatro

LOPÁKHIN - Lá isso é verdade. Há que dizê-lo de caras, nós levamos uma vida estúpida.*

* excerto de O Cerejal ou O Ginjal ou O Pomar das Cerejeiras ou A Ginginha de Anton Tchékhov, tradução de Nina Guerra e Filipe Guerra