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Os Jovens Russos falam de problemas eternos: a catástrofe.
A catástrofe de amor está talvez próxima daquilo a que se chamou, no campo psicológico, uma situação extrema, que é "uma situação vivida pelo sujeito como devendo irremediavelmente destruí-lo"; a imagem foi retirada do que se passou em Dachau.Não será indecente comparar a situação de um sujeito que sofre de amor com a de um preso no campo de concentraçaõ de Dauchau? Será possível encontrar-se uma das injúrias mais inimagináveis da História num incidente fútil, infantil, sofisticado, obscuro, ocorrido como um sujeito confortável que é apenas uma vítima do seu Imaginário? Estas duas situações têm, no entanto, isto em comum: são, literalmente, pânicos: são situações sem continuação, sem regresso: projectei-me no outro com uma força tal que, com a sua falta, já não posso deter-me, recuperar-me: estou perdido para sempre.
Em "Fragmentos de um discurso amoroso" de Roland Barthes.
Em "Fragmentos de um discurso amoroso" de Roland Barthes.
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