sexta-feira, janeiro 23, 2009

A vida dos outros parece ficção 2

"Leiria, 26 de Fevereiro de 1934

Como é triste ver caírem para a jarra as minhas mais belas ilusões!
Eu fazia do casamento uma ideia tão diferente do que me dizem ser na realidade!
Julgava que o casamento fosse (talvez com um pouco de romantismo) a união absoluta de duas almas, que a êsse acto tão solene só fôssem levadas por uma grande afeição mútua, que houvesse a maior franqueza entre marido e mulher e que, acima de tudo, fôssem muito fiéis um ao outro. Embora no resto da vida se não amassem como nos primeiros tempos, os unisse sempre uma grande afeição.
Afinal dizem que é tudo ao contrário. A maior parte dos casamentos fazem-se pro ambição, cada um pensa em si e faz o que lhe aprover. [Conhecimento?] moral um do outro não existe, nem se preocupam com isso. Desentendem-se? Divorciam-se...
É triste... Se eu não encontrar um homem diferente da maior parte dêles, estou convencida que me não caso."


M.J.

3 comentários:

Anónimo disse...

continuo pelo seu blog e deparo-me com este texto... o mais recente!

também sou mulher e deixe-me dizer-lhe que tal como voce também tinha essa ideia pseudo-romantica construida na minha cabeça no que toca ao casamento. Passava horas a imaginar como seria qd um dia tivesse alguem ao meu lado e so imaginava, pense bem, momentos idilicos, de amor puro.

Pois é... Nao quero ser pessimista mas devo dizer-lhe que nao passa disso mesmo. Imaginaçao fertil.

Tenho 26 anos. Sou jornalista. Mãe... Já fui solteira, bem sucedida, gira, fashion e de me divertir à grande e a francesa...

Hoje sou mais cozinheira, engomadeira, empregada de limpeza, vou as compras, buscar o bebe a da avo, etc... em troca de quê? de um marido!

e sabe que mais? qd peço ajuda, recebo sempre a mesma resposta... "Agora nao posso... tenho que ir aqui, ali e acola... bla bla".

Existe amor, é obvio. Mas os homens sao uns ingratos, egocentricos. Pensam unica e exclusivamente no seu umbigo. E nos, se quisermos, que nos desenrasquemos.

Passo metade da minha vida cansada e sabe que mais, qd chamo o meu querido a atençao ele ainda amua. A sorte é que gostamos mto um do outro, mas quero q saiba que casar nao é so ficar na cama ate ao meio dia num domingo de inverno.

Casar é tambem ter que cuidar do nosso marido e assumir parte das tarefas que outrora cabiam a mae dele.

Nao ha homens diferentes, acredite. Eu pensava que o meu era. Mas assim que fomos viver juntos descobri q é como os outros. So é bom mm qd se namora. E sabe porquê? Por cada um esta em sua casa...

E agora, ainda tem duvidas se casa ou nao?

rednosedraindeer disse...

Cara Anónima,

permita-me que esclareça alguns pontos:

. por "continuo pelo seu blog" devo chamar-lhe a atenção para o facto de este blog pertencer ao Há-Que-Dizê-Lo (associação juvenil, cultural, grupo de teatro, ainda não sabemos bem). Não a uma pessoa, não a uma mulher. De facto, os posts que está a comentar foram escritos por pessoas diferentes.

. neste post especifico, peço-lhe que repare na primeira linha ("Leiria, 26 de Fevereiro de 1934"). Como pode verificar, não vale a pena dialogar com a autora do texto, pois nem se sabe se a senhora ainda é viva.

. a publicação deste excerto, que faz parte de um conjunto de textos que recemente adquirimos, surge da necessidade de partilharmos fragmentos dos nossos estudos para um possível futuro espectáculo. E nesse sentido não nos interessa, pelo menos ainda por enquanto, fazer julgamentos sobre homens, casamento ou o amor.

. de qualquer forma, o seu comentário (que desta vez não nos trata por "estupidos", obrigado por isso) irá certamente acrescentar uma nova perspectiva à nossa reflexão sobre esses documentos. Por isso, esteja à vontade para nos contar de si.

Obrigado.

Anónimo disse...

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